Mitos na gravidez.
- amhs00
- 27 de jul. de 2015
- 3 min de leitura

A maternidade é rodeada de uma série de mitos, superstições e crenças que só ajudam a desinformar e a tirar o sono das futuras mães. Conselhos não faltam e todo mundo quer dar o seu. Tenha ouvidos e olhos seletivos e não acredite em tudo o que dizem, por melhor que seja a intenção.
O obstetra é o profissional médico mais indicado para tirar toda e qualquer dúvida que você tenha a respeito da gravidez e de todas as implicações sobre o que é ser mãe. Converse com o seu médico, sem medo ou vergonha. A seguir, alguns mitos que foram discutidos com o obstetra e ginecologista Edílson Ogeda:
Muito enjoo é sinal de bebê cabeludo: de jeito nenhum, sempre ouço isso e garanto que não existe nenhum fundamento nessa afirmação. Cansei de ver mulheres muito enjoadas, com azia e uma série de outros distúrbios no estômago que tiveram bebês completamente carecas. Em outras mães sem sinal algum de enjoo durante toda a gravidez e os filhos nasceram muito cabeludos.
Um cigarro só não faz mal na gravidez: se a futura mãe ouvisse os batimentos do seu filho logo após tragar a fumaça do cigarro, com certeza, pararia de fumar naquele instante. O cigarro tem uma característica - a vasoconstrição - que provoca o estreitamento dos vasos sanguíneos, afetando as trocas de nutrientes e oxigênio entre a mãe e o bebê. Ao se contraírem, o fluxo do sangue é bloqueado ou diminuído nesses vasos. O bebê passa a receber pouco oxigênio e pouca alimentação. O coração do bebê dispara – ele sofre taquicardia e todos os efeitos prejudiciais que o cigarro causa à mãe. O fumo pode causar aborto e parto prematuro. Além disso, a criança pode nascer com baixo peso, baixa estatura, problemas neurológicos e dificuldades respiratórias.
Grávida sente muito mais calor e transpira muito mais: o organismo da grávida passa a trabalhar na potência máxima - o seu metabolismo aumenta, a glândula tireoide trabalha mais. Além disso, a quantidade de progesterona - hormônio que interfere na temperatura corporal da gestante - cresce e é natural que ela sinta mais calor e transpire mais que uma mulher não grávida.
Pele de grávida mancha se ficar exposta ao sol: sim, pois passa a existir uma maior sensibilização ao hormônio melanina – responsável pela pigmentação da pele - que se acentua na gravidez. Por isso, é indicado o uso do bloqueador solar, principalmente no rosto, local com maior tendência a desenvolver manchas. Também é aconselhável evitar a exposição ao sol das 10 horas da manhã até as 16 horas.
Barriga pontuda é menino, e redonda é menina: a forma da barriga não tem nenhuma relação com o sexo da criança, assim como o sexo do bebê não afeta em nada a forma do útero materno. O formato da barriga segue a conformação física da mãe e depende de fatores como a musculatura abdominal, além da posição em que o bebê se encontra.
Mudou a lua agora o bebê vai nascer: este é um dos mitos mais famosos. Acontece que, antes da criação do calendário que usamos hoje, as sociedades se orientavam pelas mudanças da lua. Em vez de dizer que são 40 semanas de gestação, o homem dizia que eram 40 luas. Cada semana correspondia a um ciclo de mudança lunar. Quando a mulher estava próximo das 40 semanas de gestação, por volta da 36ª semana, alguém dizia: “cuidado, amanhã tem mudança de lua e o bebê poderá nascer”. Portanto, em nada a lua influência o parto.
Outras crenças dos tempos das avós:
· a mulher grávida não deve comer raspa de panela ou nada grudento para evitar dificuldades no parto;
· se a mulher não comer o que tem vontade, o bebê nascerá com uma marca parecida com a comida;
· se aparecer um risco preto na barriga, vai ter um bebê bem moreno;
· o bebê vai nascer bem grande e pesado porque a sua barriga está grande demais;
· menina dá muito mais mancha na pele do que menino.
Fonte: Doutor Edilson Ogeda, obstetra e ginecologista do samaritano.com.br
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