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Ácido fólico é essencial antes da gravidez.

  • amhs00
  • 1 de mar. de 2016
  • 3 min de leitura

gravidez

Consumo da substância pode prevenir casos de malformação fetal, como a espinha bífida.

O ácido fólico, também conhecido como vitamina B9, é especialmente importante para toda mulher em idade reprodutiva e, principalmente, se deseja engravidar. Segundo a especialista do Centro de Medicina Fetal do Hospital Samaritano de São Paulo, Denise Pedreira, o consumo da substância reduz as chances de malformação fetal, como a espinha bífida – defeito de fechamento do tubo neural.

O ideal é a mulher consumir a substância por, no mínimo, três meses antes de engravidar. É importante, mesmo que a gravidez demore a acontecer, que continue tomando o ácido fólico e, depois que ficar grávida, manter nos primeiros três meses de gestação. A dose recomendada pelo Conselho Federal de Medicina é de 0,4mg diariamente.

“O problema é que a maior parte das gestações não e planejada. Por isso, a importância da conscientização das mulheres em idade reprodutiva. É essencial que os médicos também repassem essa informação para suas pacientes”. Destaca a especialista.

A espinha bífida – ou mielomeningocele – tem uma alta incidência: um a cada mil nascimentos. Trata-se de uma doença caracterizada por uma malformação das estruturas que protegem a medula e acomete o bebê na sétima semana de vida intra-uterina. “A medula fica exposta ao líquido amniótico, causando uma destruição nervosa progressiva. As sequelas são grandes e variam entre problemas para andar, incontinência urinária e hidrocefalia”, afirma.

Denise Pedreira ressalta que a falta de ácido fólico é responsável por 70% dos casos de espinha bífida. Os outros 30% são de origens diversas, entre elas a genética. O ácido fólico é uma enzima que atua no mecanismo de divisão e remodelação celular e sua deficiência faz com que a divisão celular ocorra de maneira inadequada. O consumo da substância vai estimular a formação celular da pele e dos tecidos que protegem a medula, evitando os problemas.

A substância pode ser encontrada em farmácias e no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2002, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)determinou a adição de 4,2 miligramas de ferro e de 150 miligramas de ácido fólico para cada 100 gramas de farinha de trigo e de milho. A intenção era reduzir a prevalência de anemia por deficiência de ferro e prevenir defeitos do tubo neural.

O ácido fólico também pode ser encontrado em alimentos como brócolis, couve, tomate, feijão, lentilha e cogumelo e em suplementos vitamínicos. Uma concha de feijão preto, por exemplo, tem 119 microgramas da vitamina.

Cirurgia pioneira: Denise Pedreira é uma ativa pesquisadora da doença. Depois de 14 anos de estudos, a especialista desenvolveu uma técnica para correção da Espinha Bífida através de cirurgia endoscópica fetal. A correção deste defeito antes do nascimento leva a uma melhora no desenvolvimento neurológico do bebê e menor necessidade de colocar válvula para tratar a hidrocefalia, quando comparada aos casos operados somente após o nascimento. A cirurgia convencional é feita “via céu aberto”, com corte na barriga e no útero para operar o feto. Já a técnica endoscópica é feita por câmera de vídeo, sem a necessidade da abertura do útero, utilizando apenas pequenos “furos”. O procedimento endoscópico reduz os riscos maternos, como por exemplo, o de ruptura do útero da gestante, tanto nesta gravidez, como em futuras.

Esse tipo de procedimento só é feito na Alemanha e no Brasil. A técnica brasileira é superior à alemã porque é mais barata e reduz o tempo de cirurgia. A principal diferença está na película usada para “fechar” a medula e na forma de sua colocação. A película foi desenvolvida por uma empresa brasileira, com materiais nacionais, reduzindo os custos do produto. Até o momento, foram realizadas seis cirurgias endoscópicas para correção de Espinha Bífida no Hospital Samaritano de São Paulo e um trabalho já foi publicado na literatura médica.

 
 
 

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